terça-feira, 3 de dezembro de 2013

No Jornal O Dia.


De mestre de obras a artista plástico

Carioca da extinta favela da Catacumba gosta mesmo da complexidade dos temas que pinta

ANDRÉ BALOCCO

Há 12 anos, Abelardo Roque trocou a função de mestre de obras pelos pincéis
Foto:  Divulgação

Rio - As mãos, ainda calejadas, já não servem mais para quebrar o emboço das paredes. Há 12 anos, Abelardo Roque trocou a função de mestre de obras — “meu primeiro prédio foi na Avenida Copacabana 120” — pelos pincéis. E não se arrepende. Famoso na comunidade da Matinha e no circuito de obras de artes para turistas, o carioca da extinta favela da Catacumba, que recebeu o nome em homenagem a Chacrinha, gosta mesmo é da complexidade dos temas que pinta.
“Mas eu comecei por acaso. Minha filha pediu cartolina e guache para fazer um trabalho na escola e esqueceu comigo. Um dia, estava lendo uma revista que mostrava o passo a passo para pintar um quadro. Acabei tomando gosto”, conta ele.
A prova dos nove aconteceu quando levou a tela a um amigo chaveiro, na Tijuca, e ouviu dele que sua obra de estreia estava igual ao que tinha na sua casa. “Daí eu não parei mais”, conta. “Pintar é uma coisa que não me cansa. Eu vou morrer pintando.”
QUADROS FICAM NA FEIRARTE E EM SANTA TERESA
Hoje, Abelardo se orgulha de dizer que vive dos quadros que faz. A principal fonte de seu sustento é a Feirarte de Copacabana, no calçadão central da Av. Atlântica, próximo à Rua Miguel Lemos. Em Santa Teresa ficam suas obras mais complexas</MC>, inspiradas em Renoir e Di Cavalcanti. O artista que mais admira, no entanto, é o italiano Eduardo di Martino. “Amigo, nunca fui a um museu nem vi ninguém pintando”, conta.
BUROCRACIA ATRASA REGISTRO EM AGÊNCIA
Com a ajuda da filha Luana</MC>, ele tenta registrar seu ateliê na Agência Rio Máximo, de recepção turística. “Mas estamos parando na burocracia”, diz. A ideia é levar os visitantes que forem conhecer o Turano até sua casa, uma das principais atrações da favela.

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